quarta-feira, 4 de maio de 2016

Resenha de Como eu era antes de você



Pra início de conversa, não sei nem por onde começar... Só queria dizer que, eu achei o livro totalmente encantador.

Autora: Jojo Moyes
Páginas: 318
Editora: Intrínseca

A história se passa na Inglaterra e conta a vida de Lou, ou Louisa Clark, que tem 26 anos, pouca ou quase nenhuma ambição e mora com a sua família,  pais, uma irmã, que é mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados contínuos, desde que sofreu um derrame. Após sua demissão de um café, onde trabalhou durante 6 anos, Louisa precisa de um novo emprego, pois o seu salário era basicamente a renda que mantinha as despesas de sua família. Sua família é meio engraçada, muita das vezes me lembrou a grande família. Já sem saber o que fazer e cansada de procurar emprego, aceita o de cuidadora de um tetraplégico.

Will Traynor é um homem de 35 anos, que após um terrível acidente de moto, ficou tetraplégico, dependendo totalmente de alguém para lhe alimentar, dar banho e fazer suas demais necessidades fisiológicas. Will era um homem de negócios, inteligente, rico e vivia uma vida de aventuras, após o acidente, não suportou perder essa liberdade. Sendo assim, Lou aceita o trabalho na casa dos Traynor’s, fazendo um contrato de 6 meses, só que nenhum dos dois sabiam que a partir dali, uma grande amizade nasceria. Uma história totalmente intrigante, que te prende do início ao fim.
A aproximação de Louisa e Will não começou nem um pouco amigável, em uma parte Lou até pensa que ele realmente a odeia, mas na verdade, era apenas um Will amargo, mal humorado e infeliz com sua “nova” vida; afinal o acidente já havia acontecido há 2 anos.

Sabe, você só pode ajudar alguém que aceita ajuda.”

Após a convivência, Lou e Will começam a criar um vínculo, no início ainda não pode se dizer que é uma amizade, afinal, ele sempre lhe dá cortadas, sendo assim, ela aprende a ser grossa com ele também, consequentemente, isso fez ele passar a tratá-la bem – afinal, um homem de negócios não está acostumado a ser confrontado. Muita das vezes, me permiti estar no lugar dele, e até entendia o quão triste ele se sentia.

“E sabe o que? Ninguém quer ouvir esse tipo de coisa. Ninguém quer ouvir você falar que está com medo, ou com dor, ou apavorado com a possibilidade de morrer por causa de alguma infecção aleatória e estúpida. Ninguém quer ouvir sobre como é saber que você nunca mais fará sexo, nunca mais comerá algo que você mesmo preparou, nunca vai segurar seu próprio filho nos braços. Ninguém quer saber que às vezes me sinto claustrofóbico estando nesta cadeira que tenho vontade de gritar feito louco só de pensar em passar mais um dia assim”.

Depois de um certo tempo, Louisa descobre que Will  já havia tentado alguns suicídios e entende o porquê do seu contrato ter a duração de apenas 6 meses, era um acordo entre ele e a mãe, ou seja, ao final dos 6 meses, ele iria para uma clínica e morreria. Nessa parte, eu já estava pensando como ele era capaz de fazer tal coisa, como? Por que? Pra quê? Mil perguntas na minha cabecinha oca. Sendo assim, Lou permanece no emprego, em busca de modificar o pensamento de Will, tentando fazê-lo mudar de ideia. Extrovertida, espontânea e alegre, não tem como ela não conseguir tal coisa.
Aos poucos a amizade entre os dois vai crescendo, Will mostrando para Lou que ela deve curtir mais a vida, viajar, estudar, fazer coisas novas - coisas que se ele pudesse, as fariam – e de outro lado, Lou tentando mostrar pra Will, como ainda pode viver coisas diferentes, e sair da sua zona de conforto. A partir daí, Lou começa a planejar as mais diversas viagens, buscando fazer Will se sentir vivo novamente. Mal sabia que também precisava se sentir viva, como ela mesma diz:

“Fui distraída pelos segredos de um novo mundo. No silêncio, quebrado apenas pelo som exagerado da minha respiração, vi cardumes de pequenos peixes iridescentes e outros maiores, pretos e branco, que me olhavam com caras inquisitivas e pasmas; anêmonas que se moviam lenta e suavemente, filtrando as correntes de água que trazem seus pequenos e invisíveis alimentos. Vi paisagens distantes ainda mais coloridas e variadas do que eram na superfície. Vi cavernas e vão onde criaturas desconhecidas espreitavam, formas que tremeluziam sob os raios do sol. Eu não queria voltar á tona. Podia ficar lá pra sempre, naquele mundo silencioso.”

As férias foram as mais divertidas possíveis, até Lou perceber que o sentimento já não era apenas de amizade, e sim de amor também.

— Eu contei para ele que o amava — disse ela, a voz descendo de tom até um sussurro. — E ele apenas disse que isso não bastava. — Seus olhos estavam arregalados e vazios. — Como posso aguentar isso?

A história é envolvida de reflexões, sobre a vida, sobre o amor, sobre família, Jojo Moyes não deixou nem um pouco a desejar nesse quesito, aliás em quesito nenhum. É um livro com uma leitura totalmente leve, como se as páginas se movessem sozinhas, e eu pude me imaginar várias vezes no castelo, que reside ao lado da casa de Will, cada detalhe é rico de informações e a imaginação vai longe. Não posso dizer que é um livro com final feliz, mas é um final lindo, que alcançou a minha expectativa. Ensina várias lições, como amar mais a vida, viver intensamente, e tentar ver as coisas pelo lado bom; tirei inúmeras lições pra vida.
Confesso que quando chegou nessa parte, eu já estava chorando a bacia hidrográfica Amazônica.

Estou lhe dando isso porque poucas coisas ainda me fazem feliz, e você é uma delas. Sei que me conhecer lhe causou sofrimento e tristeza (...)
É isso. Você está marcada no meu coração, Clark. Desde o dia em que chegou, com suas roupas ridículas, suas piadas ruins e sua total incapacidade de disfarçar o que sente. Você mudou a minha vida (...)”.

Assim que eu acabei o livro, estava destruída, arrasada, porém feliz de algum jeito, e demorei pra aceitar o fato de o livro ter acabado, até reli o final umas três vezes. Sou do tipo de pessoa que se apega aos personagens, que enquanto não está lendo, pensa no que eles estão fazendo (louca). Não vou dizer que foi a maior ressaca literária, porque já tive piores, ora lendo Marley & Eu, ora Tem alguém aí. Mas que fiquei em transe alguns dias, fiquei sim, dar adeus aos personagens está sendo bastante difícil, ainda mais porque me identifiquei com a Lou, ela era engraçada, desastrada, tinha uma personalidade que irradiava alegria; ou seja, me identifiquei sem esforços nenhum. (Ok, tirando a parte de irradiar alegria.) 
Com uma história dessa maravilhosa, nada mais justo do que lançarem um filme, e no dia 16 de junho, estreia no Brasil. Nem preciso dizer que estou ansiosa, pois já assisti o trailer umas 549 vezes. Pra quem ainda não viu, tá aqui 👫Se eu já deixei cair algumas muitas lágrimas com o trailer, imagina com o filme, vou convocar alguma amiga pra ir assistir comigo. Beijinhos, espero que gostem!








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