quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Clarice por Clarice


"Eu sou uma amadora. Só escrevo quando eu quero e faço questão de continuar sendo amadora.''

Como eu disse anteriormente , tive um trabalho escolar (artigo de opinião) sobre três livros e desses livros, um era A hora da Estrela de Clarice Lispector. Gente, o que dizer dessa mulher totalmente misteriosa? Eu só ouvia falar e lia aquelas frases bonitas e intensas sobre o amor e a vida, mas nunca havia procurado saber sobre a sua biografia. Porque virou um pouco de ''modinha'' citar Clarice nas redes sociais, tadinha, deve estar se revirando no túmulo.
 Enfim, Clarice era um ser tão difícil, inteligível, que era chamada de hermética por muitos críticos, que significa aquilo que é difícil de ser compreendido. Quando comecei a escrever o artigo, vi a necessidade de entender mais da vida dos autores dos livros, resolvi assistir então algumas entrevistas de Clarice. Link das entrevistas aqui e aqui. Ah, outra coisa, as entrevistas só puderam ser publicadas depois de sua morte e assim foi feito, foi gravada no início de 1977, apenas quando Clarice morreu, em Dezembro do mesmo ano, que ela pôde ser publicada. Pedido da própria Clarice, que na verdade se chamava Haya.
Não sei vocês, mas pra mim, tá pra nascer mulher mais misteriosa, confesso que fiquei meio arrepiada, me deu medo e curiosidade;  ela tem uma certa frieza, porém uma firmeza nas palavras. Imagino o que essa mulher passou, muitas pessoas achavam que ela era brasileira e na verdade ela era judia, nascida na Ucrânia, porém veio para o Brasil em 1920, ainda nova. Só por ela ser judia, dá pra imaginar o que ela passou... Aparentava ser depressiva, perturbada, complexada, pelo olhar dela dava pra sentir isso.
O último livro dela, foi o que eu li, A hora da estrela, ela escreveu quando estava doente, com câncer, deu pra notar que ela passou pro livro, o que ela praticamente havia vivido, quando deu características suas á Macabéa, a protagonista do livro. Não sei se vocês sabem, mas Clarice tinha uma mão defeituosa/queimada, consequência de seu vício pelo cigarro, pois dormiu fumando, o que ocasionou um incêndio em sua casa, no dia 14 de setembro de 1966. (meu aniversário é mês que vem, dia 14 de setembro, falta um mês, que coincidência, cruzes). Enfim, quando Clarice descreveu sua adolescência, ela disse exatamente essas palavras ''caótica, intensa, inteiramente fora da realidade, da vida''.
Sabe aquelas pessoas que sofreram na vida, então, Clarice era assim, gostava de atrair coisas ruins, com certeza ela era perturbada, ela não se considerava escritora, pois dizia que escrevia quando queria e quando não escrevia parecia estar morta.
''Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa.''
''Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas.A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...''
''Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever."
"Já que sou, o jeito é ser."
''Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca. ''
''Bom agora eu morri, quero ver se eu renasço de novo. ''

Do meu ponto de vista, Clarice era depressiva e ninguém sabia, por isso seus contos e suas obras foram tão misteriosas, matei a charada. Agora deixo esse último verso, para reflexão de vocês...

"Uma vida plena pode ser aquela que alcance uma identificação tão completa com o não-eu que não haja mais um eu para morrer" 

Clarice Lispector


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